Parto humanizado no Brasil

Grande parte dos nascimentos no Brasil (53,7%) ocorrem por cesárea. No entanto, por se tratar de um procedimento cirúrgico que envolve riscos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que esses casos representem no máximo 15% dos nascimentos.
No Brasil existe um movimento em prol da humanização dos partos que vem crescendo. Essa luta teve reforço a partir de casos como o de Adelir, que foi forçada a se submeter a uma cesariana contra a sua vontade. Em protesto, foi organizada nacionalmente a manifestação "Somos Todas Adelir".

Equipe

Idealmente, no parto humanizado, os seguintes profissionais participam do processo:
● Doula
● Obstetriz ou enfermeira (o) obstetra
● Médica (o) Ginecologista Obstetra
● Médica (o) Anestesista
● Médica (o) Pediatra Neonatal

Práticas do parto humanizado

"A professora do Instituto de Ciências da Educação (ICED-UFPA) Edna Barreto, militante do Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento, afirma que 'o parto mais aconselhável é aquele que a mulher pode ter liberdade, pode fazer escolhas, é respeitada e está bem informada. Do ponto de vista da medicina baseada em evidências científicas, das boas práticas de atenção ao parto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos protocolos de humanização do nascimento do Ministério da Saúde, o parto mais saudável para as mães e os bebês é o parto normal, sem intervenções desnecessárias'".

Cuidados no pré natal

Fortalecimento e alongamento do períneo

O períneo é um músculo que envolve a região da vagina e do ânus e passa por um processo de alongamento, sobretudo no parto.
Existem exercícios e massagens para trabalhar o períneo de forma a prepará-lo melhor para esse momento.
Este tema, no entanto, é polêmico e não há consenso nem evidências científicas sólidas que comprovem o benefício das técnicas de preparação perineal ou sua eficácia na redução das lacerações perineais (corte que pode ocorrer, naturalmente, com a passagem do bebê pela vagina); como massagens e uso do aparelho em forma de bexiga que simula a expulsão fetal (Epi-no).
Alguns profissionais adotam essas orientações em suas práticas, outros dizem que são absolutamente desnecessárias e talvez até desencorajadoras na medida em que desmentem a ideia de que o corpo já está preparado para lidar com o parto; outros defendem que as técnicas são eficazes no que tange à conquista de uma melhor consciência corporal.

Cuidados no momento do parto

Analgesia

Uma grande parcela dos partos humanizados ocorre sem analgesia, pois a mulher possui mais informações acerca dos processos pelos quais vai passar e encontra na equipe, em si mesma e em seu acompanhante o apoio necessário para lidar com o medo e a dor.
O hormônio sintético que imita a ocitocina (hormônio responsável, entre outras coisas, por causar as contrações) e acelera o parto costuma provocar aumento da sensação dolorosa, dificultando a possibilidade da mulher lidar com o incômodo sem analgesia.
"Relatos mostram que apesar da ausência do uso da anestesia, a parturiente normalmente consegue suportar a dor. Tais relatos mostram que a consciência corpórea é maior e, dessa maneira, a parturiente pode ajudar de forma muito melhor no trabalho de parto."

Administração das dores e incômodos

A doula possui importante papel para ajudar a parturiente em técnicas não invasivas para administrar a dor, como por exemplo:
● Banho de água quente
● Massagem
● Bolsa de água quente
● Posições corporais
● Conversa

Tempo do parto

O parto pode levar diversas horas, sobretudo o parto humanizado, tendo em vista que respeita a fisiologia do processo e o tempo de cada mulher e cada bebê. Sendo assim, o papel do acompanhante é fundamental para encarar as fases do trabalho de parto e sua evolução.
Parto humanizado não necessariamente é sinônimo de parto demorado, mas é importante que a mulher e seu acompanhante estejam preparados para essa possibilidade, sabendo administrar os medos e ansiedades

Corte do períneo (episiotomia)

Não existem evidências científicas que comprovem a real necessidade desta prática. O corte no períneo, quando feito, tem o intuito de abreviar o tempo de expulsão do feto e/ou ampliar a passagem do canal vaginal. Trata-se de uma intervenção que, por si só, equivale à uma laceração de segundo grau, que inclui os tecidos da pele, mucosa e músculo. A recuperação é dolorosa e por vezes se torna um tormento que acompanha toda a vida de uma mulher, tendo implicações inclusive em sua vida sexual e reprodutiva.
Diferentemente dos partos tradicionais, no parto humanizado esse procedimento não é realizado.

Ambiente da sala de parto

Procura-se criar uma atmosfera favorável e acolhedora para que a parturiente entre em um estado de 'transe', chamado de 'Partolândia'. Para isso, evita-se o uso de ar condicionado, luzes fortes, barulhos e distrações.
"O ambiente da sala de parto ideal se assemelha ao ambiente intrauterino do feto".

Corte do cordão umbilical

"Após o nascimento, o transporte dos últimos nutrientes, incluindo oxigênio e hormônios, levados da mãe para o bebê através do cordão são respeitados. O corte do cordão umbilical ocorre apenas depois que o pulsar do sangue no cordão se esgota".
"Se há pulsação de sangue no cordão umbilical, há atividade e, consequentemente, existe a entrega de nutrientes para o bebê mesmo que ele já esteja fora da barriga da mãe".

Cuidados no pós parto

O recém-nascido nascendo saudável e na ausência de determinadas morbidades maternas prévias, muitos dos procedimentos adotados comumente em hospitais são deixados de lado, como:
● Colírio de nitrato de prata nos olhos do bebê;
● Desobstrução das vias aéreas;
● Imediato teste do pezinho;
● Injeção de vitamina K.
Mesmo se precisar de cuidados especiais, o bebê pode e deve preferencialmente ficar no colo da mãe em contato pele a pele. E é incentivado o aleitamento materno, que por vezes se dá espontaneamente a partir da procura do bebê pelo seio materno.

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